domingo, 16 de fevereiro de 2014

"O Rapaz de Bronze" de Sophia de Mello Breyner Andresen

A obra "O Rapaz de Bronze" é apenas uma das muitas histórias da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen. Para te ajudar a descobrir esta obra e conhecer um pouco mais sobre a sua autora, deixo-vos aqui alguns documentos digitais. Para lhes aceder basta "clicar" nas respectivas palavras ou imagens 

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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Um conto tradicional açoreano

HISTÓRIA AÇOREANA

A história que vos vou contar não foi inventada por mim. Li-a num livro de contos tradicionais e achei engraçado partilhá-la convosco.
Havia numa ilha dois compadres que fizeram um contrato. Neste acordaram que seria semeado trigo. O que crescesse para cima ficava para o jornaleiro e o que produzisse debaixo da terra pertencia ao compadre Diabo.
O jornaleiro trabalhou a plantação de trigo. O trigo cresceu bastante e, quando chegou o momento deste ser colhido, o jornaleiro conseguiu apanhar muito trigo e o Diabo apenas ficou com as raízes. Este ficou muito dececionado e sentiu-se enganado.
Mais tarde, o compadre Diabo propôs semear batatas mas, desta vez, o que ficasse em cima da terra pertencer-lhe-ia e o que ficasse em baixo era para o jornaleiro.
Sem hesitar, o jornaleiro aceitou a proposta e semeou o campo todo de batatas. O tempo passou. Para cima cresceu a rama abundante e verde da batata e para baixo ficou a produção de batatas. Aquando do momento da colheita verificou-se que o jornaleiro obteve muito lucro com as batatas e o Diabo nenhum, já que este nada conseguiu colher.
Mais uma vez o Diabo ficou a perder e, querendo vingar-se do jornaleiro, disse-lhe:
- Enganaste-me, por isso vou vingar-me! Vais arrepender-te do que fizeste!
Assustado, o jornaleiro não sabia como sair daquela situação. Falou, então, com a sua esposa que o sossegou dizendo-lhe:
- Não te preocupes! Quando o compadre Diabo aqui aparecer, escondes-te que eu falo com ele!
Passados alguns dias, o Diabo foi a casa do jornaleiro. Como combinado, este não apareceu e foi recebido pela sua esposa.
- Bom dia, compadre. O que pretende?
- De si nada! Venho ajustar contas com o compadre…
- Não me diga que ele também o magoou!?
- Ele magoou-me!? De que está a falar?
- É que o meu marido ultimamente tem andado muito violento… Veja o que ontem me fez com as unhas!
O Diabo, um pouco confuso, ao ver a profundidade do ferimento que a comadre lhe mostrara, ficou de tal modo assustado que fugiu o mais rápido que pôde, sem nada dizer. A partir daquele dia, nunca mais foi visto na ilha.
Dizem que quem se empenha é sempre recompensado, e quem ameaça e se julga superior aos outros é castigado… E é bem verdade!


Inês Coelho – 6ºB