segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Rumo ao Futuro


Da leitura e interpretação dos textos “O Semáforo Azul” e “O Passeio Rolante”, da autoria de Gianni Rodari, alguns alunos produziram textos que retratam as suas terras ou a escola no futuro.

O RÔBO FAZ-TUDO
Nas Alhadas, no concelho do FIGUEIRA DA FOZ , inventaram um Robô Faz Tudo. Ele faz, auxílio os velhinhos a passar a rua, ajuda o padre a dar missa, faz massagens e taxita , ele e musico  resumindo ele faz tudo.                                                  
Foram abolidos os taxitas os professores os médicos o padre e o coveiro , os padeiros os músicos os barbeiras as empregadas, os carteiros , as pessoas que recolhem lixo , os pedreiros ,os agricultores e o  rancho e o Primeiro – Ministro de Portugal. 
Mas ninguém substitui o homem.  
João Matias, 6ºB


A ESCOLA DO FUTURO
Na escola E.B.2,3 Pintor Mário Augusto, nas Alhadas inventaram robôs para executar mais rapidamente as tarefas das funcionárias, mais propriamente, na cantina e bar. Substituíram-se as escadas, por rampas rolantes com mais fácil acesso às salas de aula. Inventaram-se umas mochilas com rodas e mais resistentes, para poder suportar o peso dos livros com maior facilidade e não massacrar as costas dos alunos e professores.
Estes inventos vão fazer com que a nossa escola seja a melhor do futuro.  
Inês Alves, 6ºB

OS CAMPOS DE ARROZ DA MINHA TERRA, NO FUTURO
Os campos de arroz da minha terra, no futuro irão ser diferentes, do que são hoje em dia.
Os tratores irão trabalhar a energia solar.
O arroz irá crescer normalmente, sem adubos, nem remédios para matar os pesticidas do arroz.
Existirá uma máquina para arrancar as ervas daninhas, que também trabalhará a energia solar.
A água que vem do rio para o arroz irá ser brilhante e azul para que cresça bem e saudável.
Também existirá uma máquina que diga quando é que o arroz está bom para apanhar.
Quando já estiver apanhado, irá para um sítio fora do planeta terra. Irá para um planeta cheio de magia e emoção onde existirão fadas mágicas que cuidarão bem dele.
Depois, volta à terra dentro de um jato motorizado que o levará para uma fábrica, que não poluí o ambiente, onde será embalado e vendido para todo mundo.
E todas as pessoas o vão poder saborear.
E o dinheiro que ganharmos irá ser para fazer obras necessárias na minha terra, mas também irá para as instituições de todo o mundo.
Francisca Silva, 6ºD

A SALA VIRTUAL
 
Na escola E.B. 2,3 Pintor Mário Augusto, nas Alhadas, inventaram uma sala virtual interativa, onde as matérias são projectadas a três dimensões. Os alunos podem estudar as diversas matérias de forma mais divertida e motivante, estudar o sistema solar como se estivessem no espaço, viajar dentro do corpo humano ou numa floresta tropical. Podem escrever frases ou realizar cálculos com letras e números que vagueiam pela sala. 
É como ter o mundo nas mãos. 

Diogo Palaio, 6ºB (adaptado)

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Profissões em vias de extinção

            Ao longo do tempo, muitas profissões desapareceram e outras surgiram. Deixo-vos aqui algumas profissões em vias de extinção retratadas através das entrevistas realizadas pelos alunos das turmas A, B e D do 6º ano. Algumas destas entrevistas são meras simulações, fruto da pesquisa e imaginação dos seus autores.


O ALFAIATE
O alfaiate desapareceu porque as pessoas gostam de comprar roupa nas lojas. Já não se veem muitos alfaiates no nosso país. As fábricas produzem roupa mais barata.
Eduarda: Há quanto tempo desempenha a profissão de alfaiate?
Alfaiate: Eu desempenho esta profissão há muito tempo. Há cerca de trinta e cinco anos.
Eduarda: Porque escolheu essa profissão?
Alfaiate: Eu escolhi esta profissão porque o meu pai já trabalhava neste ofício. Aprendi tudo com ele e sou eu que seguro esta arte na minha família que já vem do tempo dos meus bisavôs.
Eduarda: Gosta da sua profissão?
Alfaiate: Gosto da minha profissão porque segui as pisadas do meu pai.
Eduarda: Porque é que já não há mais alfaiates neste país?
Alfaiate: Ainda há alguns! Embora as pessoas prefiram ir às lojas comprar vestuário já feito. As fábricas tiraram-nos quase a clientela toda.
Eduarda: Acha que a profissão ainda vai continuar ou vai acabar por desaparecer?
Alfaiate: Acho que esta profissão vai deixar de existir como todas as outras profissões mais antigas.
Eduarda: Acha que a sua profissão vai voltar a existir?
Alfaiate: Penso que a minha profissão já não vai voltar a existir.

Maria Eduarda Fernandes, 6ºA

O CANTONEIRO
Entrevistadora - Bom dia! Sou uma jornalista do Diário de Brenha e vim saber se me disponibilizava um tempinho seu para me contar numa entrevista como é a vida de um cantoneiro.
Cantoneiro - Bom dia. Teria muito gosto em responder às suas perguntas.
Entrevistadora - Muito obrigada.  Como se chama?
Cantoneiro - Eu chamo-me Armando Cação.
Entrevistadora - Há quantos anos se dedica a esta profissão?
Cantoneiro - Eu trabalho nesta profissão há cerca de vinte e cinco anos.
Entrevistadora - Qual o motivo que o levou a escolher essa profissão?
Cantoneiro - Muitas razões, mas a principal é ajudar a preservar o ambiente.
Entrevistadora - Pode falar um pouco da sua rotina?
Cantoneiro - Sim. Bom, o que eu faço é limpar o lixo dos outros. Cerca de seis noites por semana, nós saímos à rua para recolher os sacos e os contentores. Trabalhamos quase até ao nascer do Sol.
Entrevistadora - Existem muitas pessoas a trabalhar nessa área?
Cantoneiro - Infelizmente não. As pessoas, neste momento, já não se preocupam muito com o ambiente.
Entrevistadora - O que o leva a pensar assim?
Cantoneiro - Nota-se que a maioria da população polui cada vez mais o ambiente.
Entrevistadora - Acha que a profissão está a “desaparecer” ?
Cantoneiro - Na minha opinião sim, porque já não há tantas pessoas interessadas em preservar o planeta.
Entrevistadora - Muito obrigada pela sua colaboração. Em breve a entrevista será publicada.
Cantoneiro - Não tem de agradecer. Fiz esta entrevista com muito gosto e espero que muitos jovens que a lerem pensem um bocadinho antes de poluir o nosso planeta, pois mais tarde não poderão usufruir tanto dele.

Érica Figueiredo, 6ºB

O MOLEIRO
Eu escolhi esta profissão porque já não há moleiro na minha zona. Bem…há o senhor António que já foi moleiro. Resolvi visitá-lo para lhe fazer esta entrevista.
Beatriz - Boa tarde! Ouvi dizer que o senhor António era moleiro. Pode dizer-me o que faz um moleiro?
Sr. António – Claro, menina! Um moleiro mói o trigo e o centeio.
Beatriz - Como funciona um moinho?
Sr. António – Com a ajuda da força da água que faz rodar as pedras, que se chamam mós, cujo peso mói os grãos, produz-se a farinha.
Beatriz: Porque é que acha a sua profissão importante no dia-a-dia?
Sr. António: Porque a farinha serve para fazer o pão, o milho partido para dar aos animais e a farinha de milho para fazer a broa.
Beatriz: Em toda a sua vida profissional, o que é que aconteceu de mais importante?
Sr. António - Um dia, apareceu-me uma criança à porta pedir-me para a salvar de um castigo, pois sua mãe tinha-lhe mandado um pouco de milho para fazer farinha para a broa e deixou cair tudo pelo caminho. Então, fui buscar um pouco das minhas reservas para poder dar àquela pobre criança que tanto chorava.
Beatriz - Trocaria a sua profissão por outra?
Sr. António – Não! Gosto muito daquilo que faço, faz-me sentir um pouco útil.
Beatriz - Se pudesse trocar, qual era a outra profissão que escolheria?
Sr. António - Talvez padeiro, porque faz tudo parte das mesmas origens.
Beatriz - Porque é que a sua profissão teve tendência em acabar?
Sr. António - Porque apareceram as novas máquinas que fizeram com que fosse tudo mais fácil e mais rápido.
Beatriz - Obrigado pela sua disponibilidade e lamento que a sua bonita profissão esteja em vias de extinção.
Beatriz Santos, 6ºD
O AMOLADOR
Eu decidi entrevistar o Senhor Joaquim devido à sua profissão ser quase a mais antiga do mundo, tão antiga como a própria faca, e ser um belo exemplo de como as profissões de uma época traduzem a sociedade em que está inserida e as suas mais diretas necessidades. Assim, com esta entrevista é possível visitarmos uma época diferente da nossa e reflectir sobre o seu desvanecer nas cortinas do tempo. O senhor Joaquim já foi outrora o único amolador da zona da Figueira da Foz. Nesta entrevista, vamos falar um pouco sobre a sua profissão.
Edgar - Senhor Joaquim, pode contar-me um pouco sobre a sua atividade?
Senhor Joaquim - A minha profissão consistia em afiar qualquer objecto cortante, como facas, tesouras, machados.
Edgar - Qual a importância da sua profissão?
Senhor Joaquim - Antigamente, muitas pessoas cortavam a sua madeira, tinham os seus próprios animais e quando estes tinham o tamanho certo matavam-nos. Para isso, necessitavam de facas extremamente bem afiadas. No final de tudo, a minha profissão servia para facilitar as actividades do quotidiano das pessoas.
Edgar - Qual era o seu tipo de clientes?
Senhor Joaquim - Como a minha loja era a única na região, vinham todo o tipo de pessoas, desde talhantes a chefes de cozinha, lenhadores, agricultores, até mesmo um coleccionador de facas e espadas do século XV que vinha todos os meses afiar a sua colecção.
Edgar - Porque acha que o número de amoladores, hoje em dia, é tão diminuto?
Senhor Joaquim - O estilo de vida das pessoas tem sofrido grandes alterações, as actividades que necessitavam de um amolador ou estão a desaparecer, ou arranjaram uma dessas “mariquices” que afia as facas sem grandes esforços. Assim, torna-se complicado ter uma profissão de que as pessoas necessitam cada vez menos.  
Edgar Silva, 6ºD
A  MONDADEIRA
 Eu escolhi a profissão de mondadeira porque é interessante e a minha avó fazia-o. Esta profissão desapareceu porque os tempos são outros e as máquinas substituíram o trabalho que as mondadeiras faziam. E hoje, aqui estou para fazer algumas perguntas à minha avó, uma pessoa simpática, amiga e que tem muitas mais qualidades.
Jornalista – Olá, avó está boa?
Entrevistado – Estou sim, minha neta.
Jornalista – Olhe avó, posso fazer-lhe algumas perguntas, para um trabalho da escola?
Entrevistado – Claro!
Jornalista – Olhe, o trabalho é sobre uma profissão em vias de extinção ou que já tenha acabado.
Entrevistado – Está bem! Eu era mondadeira.
Jornalista – Então, posso fazer-lhe algumas perguntas sobre essa profissão?
Entrevistado – Podes.
Jornalista – Tinha quantos anos quando começou a exercer essa ocupação?
Entrevistado – Tinha oito anos.
Jornalista – O que é que você fazia?
Entrevistado – Eu, quando tinha oito anos, andava a ajudar as mulheres mais velhas e também lhes dava água para beberem. Quando já era mais velha arrancava as ervas daninhas, adubava as terras e também semeava e plantava o arroz.
 Jornalista – Fale-me sobre o interesse que a sua profissão tinha e já não tem?
Entrevistado – É que lá nas terras andavam muitas pessoas e toda a gente se conhecia. Também andavam no burro ou nos carros dos bois e agora quase ninguém se conhece e todos andam de carro.
Jornalista – Fale-me sobre um episódio que tenha acontecido nesse tempo?
Entrevistado – Foi num dia em que eu e as minhas colegas íamos a passar a ponte. A minha colega ia em cima de uma padiola e caímos todas.
Jornalista – Dê-me uma opinião sobre se a sua profissão voltará?
Entrevistado – Acho que não volta, porque os tempos são outros e a mente das pessoas está muito evoluída.
Jornalista – Eu ouvi falar que era costume as mondadeiras cantarem enquanto trabalhavam. O que é que você cantava?
Entrevistado – Cantava a machadinha, a carrasquinha e havia muitas mais.
Jornalista – A que horas acordava para ir para o trabalho?
Entrevistado – Acordava às seis e meia.
Jornalista – E a que horas acabava o trabalho?
Entrevistado – Acabava às oito horas.
Jornalista – Que traje vestia?
Entrevistado – Eu vestia uma saia feita de calções, uma blusa, um lenço, um chapéu e umas meias nas pernas que se chamavam canos, por causa das sanguessugas.
Jornalista – Obrigado por este bocado.
Entrevistado – Não tens de quê.
Francisca Silva, 6ºD
AS LAVADEIRAS
Os motivos que me levaram a escolher esta profissão foi porque na minha terra existiam muitas lavadeiras. Essa profissão deixou de existir porque inventaram máquinas de lavar e secar roupa. As lavadeiras eram senhoras que tinham por profissão lavar roupa para outras pessoas. Eram senhoras humildes e pobres. Geralmente, na cidade, lavavam a roupa das senhoras mais ricas. Iam a casa das patroas uma vez por semana e levavam a roupa de toda a família para lavar nas fontes públicas e nos fontenários. Em alguns lugares, todos os dias, à beira rio, juntavam-se imensas pessoas a lavar. Cantavam, falavam da vida de toda a gente, por vezes até ralhavam e brigavam umas com as outras. Ao fim do dia, lá iam todas com a bacia à cabeça já com a roupa lavada.

Joana - A senhora lembra-se do tempo em que havia lavadeiras?
Lavadeira - Claro que lembro, era muito difícil porque no inverno a água era fria.
Joana - Então e eram bem pagas?
Lavadeira - Não! As senhoras pagavam o menos possível.
Joana - Mas mesmo assim, as lavadeiras continuavam sempre?
Lavadeira - Era o seu ganha-pão. Não havia trabalhos bem pagos como agora e o dinheiro era pouco. Tudo o que vinha fazia jeito, pois as famílias tinham muitas dificuldades.
Joana - E era difícil andar com as bacias à cabeça?
Lavadeira – Olhe, arranjavam-se assim muitas dores de costas para a vida toda, pois não havia máquinas como agora. E as senhoras não podiam e outras não queriam porque era duro. Então, davam o trabalho às outras e pagavam. Hoje, já não há lavadeiras porque o progresso e a evolução geraram as famosas e belas máquinas de lavar e secar a roupa.
Joana Cadima, 6ºD




A PEIXEIRA
 Eu escolhi esta profissão porque está em vias de desaparecimento, pois, hoje em dia, o peixe vende-se no supermercado onde as pessoas têm mais escolha. Como está em vias de desaparecimento quis saber como era antigamente praticada. A peixeira tinha uma roupa muito simples, pois não ganhava muito dinheiro para comprar roupa melhor. A sua roupa era: um lenço à cabeça, uma saia comprida com um avental à frente e uma blusa branca.
     
Entrevistadora - Olá, boa tarde. Será que lhe podia fazer umas perguntinhas?
Peixeira - Sobre o quê?
Entrevistadora - Sobre a sua profissão.
Peixeira - Claro que sim.
Entrevistadora - Pode-me explicar o que faz na sua profissão?
Peixeira - Posso. Levanto-me às quatro da manhã para ir à lota escolher o melhor peixe. Nem sempre é fácil, o peixe está muito caro e tenho de fazer uma seleção daquele que posso vender melhor.
Entrevistadora - Acha que a sua profissão tem o mesmo interesse que tinha antes?
Peixeira - Sim, porque o peixe sempre fez parte da nossa alimentação. No entanto, há diferenças e grandes! Principalmente na maneira de o comercializar, já que tudo evoluiu. Enquanto antes, era vendido dentro de canastras que eram transportadas à cabeça, agora é vendido em carrinhas próprias para esse fim. Se assim não for temos a fiscalização em cima de nós.
Entrevistadora - Acha que há diferenças no tipo de clientes?
Peixeira – Sim, sem dúvida! O cliente, hoje em dia, é muito exigente. Gostam de ver várias variedades de peixe. Antigamente, era mais a sardinha e o carapau.
Entrevistadora - Pode-me relatar um episódio engraçado que lhe tenha acontecido na sua profissão?
Peixeira – Bom, isso dava pano para mangas, já que episódios engraçados é coisa que não me falta.
Entrevistadora – Antigamente, qual era o seu pregão?
Peixeira - Aiiiiiiiiiiii, peixe fresquinhooo, eiiiiiiiiiiii, peixe fresquinho!!!!!!!!!!!!!!
Entrevistadora - O que pensa que vai acontecer com a sua profissão?
Peixeira - Como sou vendedora ambulante, talvez acabem com ela, pois as exigências são tantas que não vamos conseguir suportar tantas despesas.
Entrevistadora - Dona Ana, muito obrigada pela sua atenção e sorte para a sua profissão.
Peixeira - Obrigado também, menina. Saudinha.
 Mónica Carvalho, 6ºD