quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Continuação do texto "O bolo-rei" retirado da obra "Dezembro à porta" de António Torrado

 
   (...)
     «E assim aconteceu. Mas nem o bolo-rei escapou.»
     Coitado do bolo- rei, do bolo inglês, do bolo de natas, do bolo de amêndoa e do pudim de gelatina. Estavam praticamente comidos. Só lhes restava um pedaço de cada.
     O bolo-rei ao ver-se a si e aos seus súbditos, quase comidos, percebeu que apesar do seu título de “rei”, era igual aos outros. Nenhum escaparia de ser comido. 
     Vendo bem, estavam no Natal, numa mesa de família, e a sua honrada função era contribuir para a felicidade de todas as pessoas que ali se encontravam.
     O bolo- rei depois de tomar consciência do que se estava a passar, dirigiu- se aos seus súbditos e disse-lhes, que gostou de partilhar este Natal com eles. Afinal, somos todos iguais, apesar dos nossos sabores e feitios serem diferentes. Todos ficaram amigos e felizes, pois apesar de tudo, abrilhantaram a mesa de Natal. O Natal é uma data especial, pois “Nasceu Jesus” e é uma festa da família e, poder fazer parte dela mesmo que por momentos, faz da nossa curta vida, uma vida especial.
     O bolo- rei, parecia agora um verdadeiro rei, pois conseguiu unir todos os bolos e o pudim. Todos cumpriram a sua função, felizes e com orgulho, até à sua última fatia. Foi o seu primeiro e único Natal.

Susana Silva, 5ºA

domingo, 5 de janeiro de 2014

Continuação do texto "O canteiro dos livros" de José Jorge Letria

     (...)     
     «Os outros riram-se com o gracejo, mas Francisco deixou o engraçadinho sem resposta, mergulhado que estava no mistério das folhas impressas a saírem da terra.»
     Quando voltou para casa nesse dia, correu logo para o quintal à espera de novas alterações no canteiro das hortênsias.
     Ficou desiludido ao ver que permanecia tudo igual e foi para o seu quarto. Pensou, pensou e não conseguia arranjar uma solução para o problema. No meio de tanto pensamento, uma ideia passou pela sua cabeça.
     Foi ao jardim e começou a juntar todas as folhas. De seguida, foi novamente para o quarto e agrafou-as.
     No dia seguinte, o Francisco tinha que entregar um texto infantil à sua professora. Quando esta o chamou, ele tentou disfarçar o entusiasmo que tinha para ler o seu texto, pois quem tivesse o melhor, tinha o prazer de todas as semanas, poder escrever um texto para o jornal da escola.
     Quando acabou de ler, Francisco olhou para a professora que estava boquiaberta com a sua imaginação. Decidida, abriu o envelope com o nome do vencedor.
     Francisco não queria acreditar, pois ele era o vencedor! Estava a tentar não dizer a ninguém o seu segredo para o melhor texto, porque ninguém ia acreditar nele!
     Quando chegou a casa e a mãe lhe perguntou onde é que ele foi buscar a sua inspiração, ele respondeu com muito gozo:
     - No nosso quintal!

Bárbara Baptista,  5ºC