quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Continuação do texto "O bolo-rei" retirado da obra "Dezembro à porta" de António Torrado

 
   (...)
     «E assim aconteceu. Mas nem o bolo-rei escapou.»
     Coitado do bolo- rei, do bolo inglês, do bolo de natas, do bolo de amêndoa e do pudim de gelatina. Estavam praticamente comidos. Só lhes restava um pedaço de cada.
     O bolo-rei ao ver-se a si e aos seus súbditos, quase comidos, percebeu que apesar do seu título de “rei”, era igual aos outros. Nenhum escaparia de ser comido. 
     Vendo bem, estavam no Natal, numa mesa de família, e a sua honrada função era contribuir para a felicidade de todas as pessoas que ali se encontravam.
     O bolo- rei depois de tomar consciência do que se estava a passar, dirigiu- se aos seus súbditos e disse-lhes, que gostou de partilhar este Natal com eles. Afinal, somos todos iguais, apesar dos nossos sabores e feitios serem diferentes. Todos ficaram amigos e felizes, pois apesar de tudo, abrilhantaram a mesa de Natal. O Natal é uma data especial, pois “Nasceu Jesus” e é uma festa da família e, poder fazer parte dela mesmo que por momentos, faz da nossa curta vida, uma vida especial.
     O bolo- rei, parecia agora um verdadeiro rei, pois conseguiu unir todos os bolos e o pudim. Todos cumpriram a sua função, felizes e com orgulho, até à sua última fatia. Foi o seu primeiro e único Natal.

Susana Silva, 5ºA

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