sábado, 16 de dezembro de 2017

Concurso Literário "E se eu fosse uma prenda de Natal?" - Maria Rascão - 1º classificado - 2º Escalão

E se eu fosse uma prenda de Natal?


Olá a todos, se eu fosse uma prenda de Natal seria um brinquedo especial e esse brinquedo seria… Esperem! Acho que é melhor começar pelo início da história.
Estávamos a um dia do Natal e o Pai Natal estava cheio de trabalho. Eram presentes para aqui, presentes para ali, presentes para acolá, cartas para aqui, cartas para ali, ... Aquilo era uma trapalhada de todo o tamanho e o Pai Natal estava desesperado e só se queixava:
Os brinquedos estão por embrulhar
E falta um dia para o Natal chegar
Tenho que me apressar
Para os brinquedos a tempo entregar!
Quando foi buscar o trenó para o começar a encher de presentes, deparou-se que este estava partido numa ponta. Então, ele começou outra vez a lamechar-se:
Trenó, trenó porque estás partido?
Não tenho tempo para te arranjar
Vais ter que ir assim
Não deixes nenhum presente cair
Para que nenhuma criança triste, possa ficar!
Começou assim a viagem e sem ninguém reparar, eu caí no meio da neve. Ainda chamei por eles, mas eles estavam lá em cima e eu cá em baixo. Sem saber para onde ir, nem o que fazer, falei baixinho, para mim.
 Estou aqui em baixo
Sem saber no que pensar
Olhar lá para cima
 Só me dá vontade de chorar.
Passado algum tempo, pensei: ”Não vale a pena estar assim, porque isso não vai mudar nada. É melhor começar a procurar a criança que está à minha espera.” Dito isto, pus-me a caminho. Andei, andei, ... Aquilo parecia uma eternidade. Até que finalmente, encontrei algumas casas. Espreitei pela janela de uma delas para ver o que é que se estava a passar lá dentro. Estava uma família feliz a jantar. E visto isto, olhei para o céu e reparei que já era noite. Ou seja, já estávamos na noite de Natal. Apressei o passo, até que vi uma casa muito velha, mas que parecia habitada. Lá dentro, estava uma senhora a cozinhar e sentada no chão, a filha brincava mas com um ar muito triste. Foi aí que reparei que a menina estava entretida com velhas caixas de fósforos, que foram ficando depois de usadas. Nesse momento passou uma ventania por mim, até que sinto alguém me tocar… Era o Pai Natal! Ele reparou que me tinha perdido e veio à minha procura. Foi aí que eu lhe disse:
Pai Natal, eu tenho que ficar
Quero fazer esta menina feliz
Para que nesta noite
As estrelas possam brilhar.
Então, o Pai Natal concordou comigo e fomos para o quarto da menina. O quarto era pequeno e velho, mas estava cheio de amor. Na parede, estava um calendário muito antigo, do ano 1199 com o dia 25 de dezembro rodeado. Aí percebemos que a menina acreditava na magia do Natal. Entretanto, a menina entrou no quarto e quando olhou para nós, ficou assustada. Mas, mesmo assim, feliz com a nossa presença.
O Pai Natal agarrou-me e entregou-me. A menina ficou muito contente, desembrulhou-me e ficou a saber que sou uma linda caixa de música. Os olhos dela ficaram radiantes. Ela exclamou:
Pai Natal, Pai Natal
Que grande alegria
Eu sempre acreditei
Que o Natal é magia!

E assim sou eu, uma simples caixa de música, que deu alegria a uma menina!

Maria Costeira Rascão 5ºA

Concurso Literário "E se eu fosse uma prenda de Natal?" - Ana Luísa Silva - 2º classificado - 2º Escalão

E se eu fosse uma Prenda de Natal?

     Se eu fosse uma prenda de Natal seria: um telemóvel… Não! Seria um computador… sinceramente não! Mas pensando melhor, eu acho que os objetos que se dão, por vezes não valem para nada, o melhor é a ação que se tem!
  Com isto, eu queria ser a alegria, o amor, a bondade, a amizade e muitos outros sentimentos que estariam dentro de uma caixa enfeitada com um laço, um Pai Natal, um trenó e umas renas! Eu queria dar esta prenda a todas as pessoas do Mundo, principalmente à minha família, porque o Natal é família e o amor que se tem por ela.
   Eu adorava ser esta prenda… e quando as pessoas a abrissem iriam perceber que os nossos sentimentos têm tanto ou mais valor do que uma caixa cheia de diamantes ou até uma chávena com leite de chocolate quente, para beber na noite de Natal! E sabem como esta prenda funcionaria? Haveria uma carta a dizer: «dá asas á tua imaginação e escreve uma quadra sobre o Natal»
O Natal é a felicidade,
a família e a sua amizade,
é a liberdade que vou sentir
Com a vida a sorrir!

Eu gosto do Natal
Dá-me tanta alegria,
Que parece um portal
Que dá vida à minha poesia!
      Com toda esta magia, ajudariam o Pai Natal na entrega das prendas e também iriam ajudar as crianças a serem homens e mulheres confiantes, sem medo do futuro.
    Ah, já me esquecia eu gostava que fosse o Pai Natal a oferecer a prenda e sabem como? Pegando nas suas renas, colocando-as no trenó e começasse a voar pelos céus fora, vendo a neve a cair como se fosse um filme! Ao longe avistávamos crianças e adultos a receberem Paz, Alegria e Amor a cair do céu!

     Esta é a melhor prenda que alguém gostaria de ser! Com esta prenda poderíamos melhorar o mundo! Por isso quero ser essa prenda de Natal!

Ana Luísa Silva - 5ºA

domingo, 3 de dezembro de 2017

"O Afonso adormecido", um conto de Mónica Seabra

O Afonso adormecido
Era uma vez, num reino distante, um rei e uma rainha que tiveram um lindo principezinho, a quem chamaram Afonso.
Para celebrar o seu nascimento, todas as fadas foram convidadas para madrinhas. Cada uma das três fadas, como prenda, concedeu ao principezinho um dom especial. Todas exceto uma, a fada má, que não foi convidada.
Esta, sabendo que todas as outras fadas tinham sido convidadas para celebrar o nascimento do príncipe Afonso, decidiu aparecer na mesma. Como vingança, em vez de lhe conceder um dom, lançou-lhe uma maldição.
- Príncipe Afonso, no dia em que chegares ao quinto ano, nas tuas lições um e dois, quando fizeres o teste de diagnóstico de Português, vais tornar-te um autêntico preguiçoso. E, se adormeceres e ninguém te acordar em cinco minutos, dormirás para sempre!- disse a fada má, prevendo a atitude do rei, em mandar o príncipe para a escola, coisa que nem ele próprio ainda tinha pensado.
Olhando uns para os outros confusos, não imaginando sequer o que era o quinto ano e o que significava, fez-se um silêncio profundo durante alguns segundos.
Quando se aperceberam que o belo príncipe se ia tornar um preguiçoso, todos no castelo ficaram aflitos. Por sorte, havia uma fada boa que ainda não tinha concedido o seu dom e, apenas podendo evitar que o Afonso se fosse tornar num preguiçoso, alterou o feitiço da fada má, de modo que o principezinho em vez de se tornar num preguiçoso para sempre, se fosse tornar num preguiçoso apenas durante dois anos. Mas, acerca de dormir para sempre, só um beijo de amor o poderia salvar, também no prazo desses dois anos.
Quanto ao feitiço da preguiça, este só poderia ser quebrado nesses dois anos quando um professor sortudo o conseguisse fazer mudar.
Mesmo assim, pensando que o perigo era no reino, aos três anos o príncipe Afonso foi enviado, para uma conhecida do rei que morava no Paião. E não estando informada do acontecimento, colocou-o na escola.
Os anos passaram e a vida continuou sem nenhuma agitação, tornando-se a maldição apenas uma má lembrança. O príncipe Afonso foi crescendo também, apenas sabendo que só tinha a sua mãe para cuidar dele, a qual nunca lhe disse sequer que ele era um príncipe.
No primeiro dia que o Afonso teve Português, tal como o previsto, ele realizou o teste de diagnóstico e aconteceu exatamente o que era para acontecer: o Afonso tornou-se um autêntico preguiçoso.
O seu colega do lado, ao reparar que ele estava adormecido de tanta preguiça, comunicou ao professor. Mas já era tarde demais. O príncipe tinha adormecido por mais de cinco minutos na sala de aula.
Claro está que uma funcionária da escola logo ligou à «mãe» dele pensando que ele estava desmaiado.
A «mãe» dele logo informou o rei que lhe gritou:
- Não sabias da maldição?
Confusa, ela respondeu:
- Desculpe mas não me informou de nada.
- Não temos tempo para conversas, temos que pensar em alguma solução!
Então, radiante, ela exclamou:
- Lembro-me de ele me falar numa menina que acreditava em reis e princesas. Ele gosta muito dela e ela gosta muito dele.
- Já sei! Tenho de a informar.- disse ela.
E lá foi ela correndo feliz.
Depois da escola, lá a encontrou e chamou-a a sós para sua casa:
- Vem! Eu sei que parece estranho mas eu preciso de ti!
Quando chegaram e ela o viu assim, quase que chorou.
- Ele... na verdade, ele é um príncipe e eu sou a melhor amiga do rei. No seu nascimento ele recebeu uma maldição. Como sabes ele é um preguiçoso e se adormecer por mais de cinco minutos é isto que acontece. Só tu o podes salvar. Descobre tu mesma. Vou deixar-vos a sós.
Imediatamente, ela descobriu o que tinha de fazer sem ninguém lhe dizer nada. Ela beijou-o com todo o amor que tinha e... o príncipe acordou.
Mas infelizmente todos notaram que ele ainda era um preguiçoso.
Por sorte calhou-lhe o senhor professor Ângelo Cortesão.

Numa aula distante, depois de muitos ensinamentos e puxões de orelhas, o Afonso sentia-se diferente. O feitiço estava quebrado. Depois de tudo acabar, os dois pombinhos cresceram juntos e nessa mesma data, só que passados cinco anos, quando ambos tinham quinze, casaram e, novamente, houve uma grande festa.